A arte de Ensinar e Aprender

Uma entrevista com a psicóloga Izabela Lara Amaral Santos

CEDUCVR –  Izabela, porque trabalhar no CEDUCVR?

Izabela – Quando comecei o curso de psicologia, em 2014, aos 18 anos, tinha um desejo Intrínseco em ajudar pessoas e atuar de forma direta na sociedade. Posso dizer que encontrei no CEDUC Virgílio Resi a oportunidade de realizar meu sonho.

CEDUCVRComo é seu trabalho na instituição? 

Izabela – Supervisiono jovens aprendizes que realizam a prática do trabalho na própria instituição, jovens que são de Acolhimento Institucional e de Alta Vulnerabilidade. Em um primeiro momento, fiquei insegura e apreensiva em relação às situações com as quais poderia me deparar, mas quando me aproximei dos jovens e os conheci em sua essência, soube que aquele era o caminho para a realização do desejo que me motivou a entrar no curso de psicologia. Hoje, tenho a possibilidade de ser companhia na vida, no enfrentamento, na superação de dificuldades e desafios que perpassam a vivência dos jovens ali presentes.

CEDUCVR – Nossa metodologia consiste em orientar e ser companhia para a pessoa no seu encontro com o mundo do trabalho. Buscamos oportunizar e dialogar com essas vidas. O que você vê de especial na ação que desenvolve?

Izabela – Além das atividades técnicas desenvolvidas, tenho a liberdade de levar os jovens a conhecerem diferentes exposições de artes pela cidade, conscientizando-os sobre a importância de se frequentar e desfrutar dos espaços públicos e gratuitos que existem e que são nossos por direito. Essas atividades colocam os jovens em contato com outras realidades e expande o acesso deles à arte, à cultura e aos espaços públicos. Outro método lúdico de interação com os jovens que gosto são as apresentações de filmes com o intuito de promover discussões ricas que tocam nas particularidades e nas vivências de cada jovem. Acredito que essa imersão na cultura, o acolhimento dado a eles, o contato com ambientes que exigem responsabilidades, respeito e criatividade, faz a diferença na transformação observada nos jovens.

CEDUCVR – Você pode nos dar um exemplo da transformação que você testemunha?

Izabela – Acompanho diariamente cada aprendiz, percebo o quanto dar feedbacks, com intuito de exaltar qualidades, sem mascarar dificuldades, reforçam a importância que esse método representa na vida daqueles meninos, a quem falta acolhimento e o olhar afetuoso de pessoas em sua volta. A forma como me retribuem é o que mais me fascina, são muitas trocas de olhares e gestos carinhosos, algo que não se pode comparar a nenhum bem material. Nunca vou me esquecer das palavras de um de nossos jovens em situação de acolhimento institucional: “O CEDUCVR mudou meu pensamento e me deu outro pensamento positivo de que a vida nunca é fácil, me fez ver o mundo de outra forma e que, quando a pessoa quer, é possível chegar longe. Hoje em dia sou muito grato pelos meus apoiadores que me deram a oportunidade de ter conhecido o Programa Jovem Aprendiz. Só tenho a agradecer”.

Fazer parte do time CEDUCVR é uma experiência única para meu crescimento profissional e, principalmente, pessoal. Aprendo diariamente com as conversas com os jovens e as trocas de experiências nas reuniões de equipe. Posso dizer que o CEDUC Virgílio Resi também me transformou!

Entrevista realizada por Maria Bernadete da Silva Roque de Faria (Assessora de Projetos do CEDUCVR), terapeuta Ocupacional especializada em educação, pobreza e desigualdades sociais pela FAE-UFMG.
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